segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O Portal

“Existirá um mundo; um mundo dos morcegos, da escuridão eterna dos sem piedade… mas pergunto-me se fará isso tudo parte de um mundo? Eu não acho, até porque nesse caso teriam de existir biliões e triliões de… Mas e se existirem mesmo? Nesse caso eu nunca desejarei ir lá, viver lá, viver sem uma única luz a iluminar cada passo que dou…”
- Porque passas a vida a escrever no diário Susana? – Perguntara uma amiga simpática chamada Liliana ao mesmo tempo que despejava umas coisas da sua mala.
- Liliana! – Exclamou Susana. – Estavas aqui há muito tempo?
- Nem por isso.
- Ah… E o que tens aí?
- Isto? Ah, são apenas umas barbies, canetas e papel para desenharmos e outras coisas.
- Boa! Vamos brincar.
- Sim. Isso.
Neste mundo, no mundo da amizade, estavam as pessoas a cheirar o perfume das flores, a namorarem, a tomarem banho na praia cheia de sol… Neste mundo da amizade, paz e amor estavam todos muito contentes, mas e no mundo da dor? No mundo dos morcegos, da escuridão eterna dos sem piedade as únicas coisas que as terríveis criaturas sentiam era dor, vergonha, desespero…
Eram cruéis, maldosas… Que mais se pode dizer? Eram monstros. Só uma criatura não era digna de estar ali. O Morteme. Gostava de cantar, cozinhar e odiava as pessoas que matavam injustamente. E adorava amar.
- Olá Dead, como estás? – Perguntava ele.
- Vai para o diabo que te mate!
- Ainda bem que estás bem! Liga-me se vires o Diabo, sim?
- Há-os em toda a parte seu burro!
- Sim!... Claro.
O que se pode dizer? Os mundos eram completamente diferentes um do outro, eram o oposto.
- Adeus Liliana! – Disse Susana na hora da sua amiga ir embora.
- Adeus Susana!
- Adeus D.ª Laura!
Entretanto, quando Susana subia as escadas para ir para o quarto, a sua mãe chamou-a;
- Susana! Então? Vais assim, sem mais nem menos para o teu quarto? – Perguntou.
- Então… O que queres que faça?
- Não é isso, tu fazes o que quiseres, mas, como passas a maior parte do teu tempo lá dentro, no teu quarto pensei que podias ficar um bocadinho aqui em baixo. Além disso eu estou a fazer um bolo de bolacha e gostava que tu o provasses…
- Desculpa mãe mas eu não tenho muita fome…
- Só um bocadinho. De certeza que não queres filha?
- Sim mãe. Mas obrigada na mesma.
- Mas eu preciso de ter a opinião de outra pessoa.
- Pede ao pai. Manda-lho por correio até África. Passados catorze anos responde-te. Não te lembras no seu dia de anos? Fiz-lhe um desenho com o meu dinheiro e hoje, passados 9 anos… nada! Eu vou para o meu quarto.
- OK filha… Eu depois chamo-te para o jantar.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Cavaleiro da Paz

Cavaleiro, levai-me daqui
Bem para longe,
Venha comigo, saí,
Pois eu quero ser monge.

Cavaleiro do deserto,
Cavaleiro da paz,
Prepare os cavalos,
Prepare o seu cabaz.

Procure sorte no meio do nada,
Pois nada vai encontrar,
Não se preocupe, sou sua fada,
Os ódios terá de enfrentar.