sábado, dezembro 30, 2006

Traír

O seu beijo não é o mesmo

Sem o sentimento da dor,

Pois feio é trair

Quando o outro sente amor.

Mesmo que não sentisse

Seria sempre uma traição,

Uma traição que por mais que não existisse

Magoaria sempre o coração.

Mesmo se não gostarmos de uma pessoa

Teremos que a respeitar

Mesmo que não a amassemos

Não a quereríamos magoar.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

A Ovelha perdedora\vencedora

Era uma vez uma Ovelha muito sozinha. Ela adorava cantar e pelo jardim passear. Mas um dia pensou como seria fazer isso tudo com uma pessoa, uma pessoa com quem pudesse partilhar o seu banco de jardim, ter alguém para a ajudar a fazer as compras… Mas ninguém brincava com ela, achavam-na muito desajeitada e desafinada a cantar.

Certo dia, no seu dia de anos, 14 de Janeiro, sentiu-se mais triste do que nos outros dias. Tinha feito um enorme e delicioso bolo de chocolate, sumos e vários copos.

- Ninguém vem aos meus anos,

E se vierem é pelos bolos,

Não gosto de chamar nomes

Mas eles são muito tolos…

Cantava ela muito triste.

- Nem os meus pais quiseram vir

Nem eu celebrei

Hoje não como mais

Nada disto comerei.

- Não vou dar a ninguém

Uma única migalha.

Mas está tanto frio

Que vou fazer um casaquinho de malha.

Era verdade que ela era um pouco desajeitada; não tinha equilíbrio e era tão magrinha que até fazia impressão, mas que cozinhava bem lá isso cozinhava. Não conseguia decorar uma única palavra de espanhol, brasileiro, francês ou mesmo inglês.

Todos troçavam dela só por ter gostos diferentes; por exemplo quando ela ia apanhar ou estender a roupa os outros animais da Cidade Santo Natal chamavam-lhe pobre, mas não! Ela só não gostava de ter empregada. Além disso, já que a Ovelhinha tinha muito tempo livre para fazer as tarefas domésticas para quê pagar a uma empregada para as fazer?

Certo dia, ela decidiu ir ao Parque Rodolfo andar de escorrega mas uns lobos disseram-lhe coisas que lhe desagradaram:

- Mano, olha quem é ela! A Ovelha pé de lã! – Dizia um lobo para o seu irmão.

- Tens razão! – Dizia ele.

- Dava para fazer um belo pijama de lã, não achas?

- Sim, boa ideia mano!

- Pronto?

- Só um bocadinho. – Aquele lobo disse aquilo ao mesmo tempo que tirava um canivete da orelha. – Pronto!

- O que é que querem? O quê… - Perguntava a Ovelhinha um pouco nervosa ganhando coragem.

Os lobos estavam a tentar arrancar a lã à Ovelha mas entretanto ela fugiu. Mas caiu.

- Olá Mémé… – Dizia um lobo.

- Filhos! – Dizia a mãe daqueles lobos marginais.

- Mãe, estamos ocupados! – Dizia um.

- Mas está na hora do almoço queridos! – Dizia a sua mãe.

- Não nos chames isso! – Dizia o outro lobo. – Bolas! Isto não fica assim “Ovelha de meia tigela!” Nós vamos voltar.

- Isso mesmo. – Dizia o outro.

A Ovelhinha estava a chorar muito, muito, muito.

- O que fiz… Fiz… eu… de mal…

Para me tra… trata… para me tratarem assim…

Eu ss… eu so… Eu sou boazinha…

Acredi… Tem… Em… Mi…Mim…

De repente, quando Ovelha ia-se embora viu um canguru a saltar num pau muito fininho que logo veio ter com ela.

- Olá! – Dizia o canguru. – O meu nome é Canguru. Muito prazer!

- Olá Canguru… Prazer. – Dizia a Ovelha. – Eu… Eu vi-te saltar naquele pau, como é que consegues?

- Já vi que és muito tímida. É fácil, eu treino todos os dias! Queres experimentar?

- Não… Eu… Eu não tenho jeito para isso! Continua tu.

- Claro que tens! Depois de tentares (se quiseres) e se treinares todos os dias vais ver que consegues!

- Está bem!

A Ovelha foi lá para tentar mas caiu.

- AU! Dói, dói! – Dizia ela cheia de dores.

- Pronto, pronto, posso ver?

- AU! Ai… Pode ser.

- Eu já fui médico, sabias. – Dizia o Canguru. – Estás a ver? Isso não foi nada, sabes, vai contando as vezes que cais, vais ver que assim dá mais jeito.

- Então já vou em uma.

- Isso mesmo Ovelha.

- Posso perguntar-te uma coisa Canguru?

- Claro!

- Porque é que estás a ser tão simpático para mim? Quer dizer… Toda a gente troça de mim.

- Eu já passei por isso e odeio! Acho que as pessoas que fazem isso são uns marginais! Odeio!

- Ah…

- Vá, já está, tens aí um penso com elefantes a cantar!

- Obrigada.

- De nada! Queres tentar outra vez?

- Pode ser…

A Ovelha caiu outra vez mas não se aleijara.

- Obrigada, estás a ser muito simpático para mim, és um bom amigo Canguru! – Dizia a Ovelha. – Agora estou muito mais confiante de que vou conseguir!

- Olha que assim fazes-me corar… Há! Há! Há! – Exclamava Canguru.

- Já vou em duas vezes.

- Isso não lá muito bom… – Dizia e sorria o Canguru.

- Não me faças rir!

Depois o Canguru e a Ovelha começaram a rir-se juntos.

Ovelha treinara todos os dias e já conseguia ganhar palmas do seu amigo Canguru.

Certo dia, num dia de treino a Ovelha ia para o local onde estava o pau, mas, no caminho encontrou um poster a dizer:

“Animais Machos e Animais Fêmeas! Sou eu de novo, a girafa maior do mundo! Queria dizer que vai haver um espectáculo de equilíbrio ao pé da casa do Castor. Quem quiser venha! O prémio do fim é uma surpresa!”

- Olá! – Dizia o Canguru.

- AI! Assustaste-me!

- Desculpa… O que estavas a fazer?

- Ainda não viste? Lê.

Canguru estava a ler.

(…)

- Ó! Por amor de Deus e Jesus! Tu queres participar?

- Sim… Achas que não estou preparada?

- Eu acho que sim! Mas temos que ir treinar!

- Não nos inscrevemos?

- Ah… Pois… Tens razão. Mas onde é que isso é?

De repente um cão bulldog gritava:

- ATENÇÃO! ATENÇÃO! AS INSCRIÇÕES E OS BILHETES PARA O ESPECTÁCULO SÃO AQUI MESMO!

- É preciso ter sorte! – Dizia o Canguru.

- Tens razão! – Concordava a Ovelha.

- Vamos! Não podes perder esta oportunidade! – Exclamava Canguru.

- Tens razão! Vamos a isto! – Dizia a Ovelha muito contente.

- Bom dia. – Dizia o Bulldog. – Em que os posso ajudar?

- Um bilhete para o concurso por favor. – Exclamava a Ovelha.

- Quem tu?! Há! Há! Há! Deixa-me rir! Uma coisa feia como tu num espectáculo importante como este?! Há! Há! Há! – Troçava ele.

O Canguru já se estava a fartar, pois, como ele dissera odiava que os animais gozassem com outros.

- Pára com isso imediatamente! – Gritava o Canguru. – Quem é que tu pensas que és seu… seu Pequenote Renhoso Baboso!

- Pensava que não gostavas dos animais que chamavam nomes aos outros! - Sussurrava a Ovelha.

- Mas há que nos defender, certo? – Informava o Canguru.

- Olha lá eu não tenho medo de uma Ovelha Peluda nem deste Pula Gordo! Digam lá o que querem.

- Já dissemos… Um bilhete de participação para o concurso. – Dizia a Ovelha. – Ah! Mas o Canguru vai-me ajudar, por isso são dois.

- Muito bem. – Dizia o cão. – Três ossos e uma bola.

- Aqui tem.

- Obrigado e nunca mais voltem.

- Com muito prazer! – Gritava o Canguru.

- Canguru… – Chamava a Ovelha.

- Sim? – Perguntava ele.

- Quando é o Concurso? Quer dizer; em que dia…

- Que dia é hoje?

- 27 De Janeiro. – Exclamava a Ovelha.

- Ó meu Deus! O concurso é dia 31.

- De… De… De Jane… Janeiro? – Gaguejava a Ovelha nervosa e ansiosa.

- Sim!

- Vou participar num concurso,

Vai ser divertido e engraçado

E, adivinhem só o que vou vestir:

Um fato colorido e encarnado…

Cantava a Ovelha muito contente.

- Tens muito jeito para cantar minha amiga! – Dizia o Canguru.

- Tu… Chamaste-me… Chamaste-me… Amiga?...

- Sim. Agora somos amigos, certo?

- Sim… Pois… Tens razão!

- Porque ficaste tão admirada?

- É que é muito, muito, muito, muito, muito raramente que encontro novos amigos.

- Compreendo perfeitamente.

- Vamos treinar?

- Vamos!

Nos 4 (quatro) dias que tinha, a Ovelha treinou muito, muito, muito mas mesmo muito! Até quando ia dormir treinava um pouco com paus que tinha lá em casa. Eu não vos disse? A Ovelha agora faz colecção de paus…

Passado 4 dias…

- Canguru, estou bem assim? A minha lã este bem? O meu perfume? Como está? – Perguntava a Ovelha muito entusiasmada.

- Estás magnifica! Tem calma, vai correr tudo bem! – Acalmava-a o Canguru.

- Boa…

“Animais Machos e Animais Fêmeas! Estamos aqui hoje, agora para um excelente concurso! Vamos chamar os concorrentes ao palco! O primeiro de todos eles é a Ovelha! Poucas palmas para ela!”

- Vai correr tudo bem! Boa sorte! – Dizia o Canguru.

- Obrigada!

Não haviam muitas palmas e a Ovelha estava muito nervosa, mas, ao ouvir as palmas do Canguru achou que devia fazer aquilo por ele e por si própria.

A Ovelha estava a pôr toda a gente de boca aberta! Ela fazia aquilo tudo com um só dedo! Era fantástico!

- BOA! VAI OVELHA! BOA! – Gritava e assobiava o Canguru.

Quando acabara o concurso, todos já tinham participado e muita mais gente dava os parabéns a Ovelha ela já nem queria saber se ia ganhar ou se ia perder.

- Vamos ver quem ganhou! De certeza que vais ser tu Ovelha! – Exclamava o Canguru.

- Obrigada. – Agradecia a Ovelha.

“ E o vencedor é… é… O coelha de dentinho!”

- O quê?! Como é possível? – Perguntava o Canguru.

- Não faz mal! Eu, na verdade não vim aqui pelo prémio! Vim aqui para conhecer animais novos, para me divertir e principalmente para mostrar a todos que eu não sou um inútil!

A Ovelha já estava muito mais contente, deu os parabéns ao coelho, que ganhara o prémio especial que era uma viagem a África, conheceu novas pessoas, divertiu-se e mostrou a todos o que conseguia fazer!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Um Natal Especial

O Natal é uma época sensacional,
E bastante especial,
Mas só recebes prendas
Se não te portares mal.

O Pai Natal vem a nossa casa
No seu grande trenó,
Há uma grande mesa com doces,
Bacalhau e pão-de-ló.

Para os adultos champanhe,
Para as crianças tudo
Mas o meu pai quer
Um carro que pegue fundo!

O Luís quer um carro,
A Sónia quer material,
A Laura quer barro
Mas eu quero um Feliz Natal.

Feliz Natal para todos!