Amor e Alegria
“Certo dia, num lindo castelo o Rei (Francisco) e a Rainha (Madalena) tiveram um lindo rapazinho: Ele tinha um bocadinho de cabelo castanho clarinho e uns olhos cor-do-mar. O Rei e a Rainha Madalena deram-lhe o nome de Jorge.
Deram-lhe este nome em homenagem ao irmão da rainha, que morreu aos dois (2) anos.”
E aqui vai começar uma história de amor…
Certo dia, Jorge “conquistou” os seus 28 anos. E assim o Rei Francisco levava-o todas as manhãs de madrugada à caça de veados. Pois havia um enorme bosque cheio de veados e coelhos lá ao pé do castelo.
- Jorge, então o que achas do bosque? – Perguntou o Rei parando o cavalo – É bonito não é?
- É sim pai! Respondeu Jorge muito entusiasmado por começar o seu primeiro dia de caça com o pai.
- Então filho? Começamos?
- Claro!
- Que venham de lá os veados! Gritava Jorge.
- Shh, não faças muito barulho ou eles ouvem-te!
- Eles quem pai?
- Os veados, quem é que havia de ser?!
- Ah… Tens razão!
- Olha, lá vem um!
O veado foi-se logo embora devido ao grito do Rei.
- Ó pai, viu o que fez?!
- Pronto… Foi… Foi só uma distracção! Da próxima vez apanhamo-lo!
- Espero bem que sim!
- Olha, lá vem outro!
- E o que é que fazemos agora? Perguntou Jorge a olhar discretamente para o pai.
- Agora levanta-te calmamente… Aponta a arma para o veado… E vai!
Jorge fez exactamente o que o pai lhe disse; Levantou-se calmamente, Apontou a arma… E disparou!
- BOA! Exclamava o Rei muito orgulhoso de Jorge.
- Consegui! Gritava Jorge muito orgulhoso de si próprio.
- Muito bem! Nem mesmo eu que sou um dos melhores caçadores do país conseguiria fazer isso! Parabéns!
- Obrigado… Bom, parece que o primeiro dia de caça correu muito bem!
- Pois foi, mas… Já queres ir embora?! É que só estamos aqui há praticamente 0:30 minutos! (Meia hora)
- A sério?! Pensava que tínhamos estado aqui a manhã toda devido ao teu falhanço!
- Mau Maria que o Gato já mia!
- Hã? Perguntou Jorge.
- Um futuro Rei nunca usa a palavra (se é que é uma palavra): “hã”!
- Ah não? Desculpe então, mas eu acho que vou ser um Rei bastante diferente!
O Rei e o seu filho montaram ambos a cavalo, ao mesmo tempo e os dois a rir. E dirigiram-se a casa.
- Rei?... Perguntava uma empregada que parecia estar com muita pressa.
- Sim?
- A Rainha pediu-me para quando vos visse chegar para vos dizer que ela está à vossa espera na Biblioteca.
- Ah, ok, e obrigado por nos ter avisado!
- De nada!
- O que é que acha que a mãe tem para falar connosco pai? Perguntava Jorge.
- Não faço a mínima ideia, mas o melhor é irmos ver, pois pode ser alguma coisa de importante, e além disso tu sabes bem que eu sou bastante curioso! Afirmou o Rei rindo-se.
Na biblioteca…
- O que aconteceu mãe? Perguntava Jorge muito curioso.
- Bem… Eu tenho um assunto não muito sério para falar com vocês os dois.
- Diga mãe.
- Sim querida, nós somos curiosos!
- Bem, o que acham da ideia de nós darmos um Belíssimo baile amanhã à noite cheio de raparigas Bonitas e Solteiras?
- Mãe, mas qual seria o objectivo disso?
- Bem querido… Eu acho que está na hora de tu arranjares uma Noiva, é que eu e o teu pai, mais eu do que ele, estamos muito cansados! Olha: são os empregados, são os bailes, são os jantares, é a limpeza da piscina… Tanta coisa!
- Eu?! Arranjar uma noiva?!
- Filho, mas isso é uma coisa perfeitamente humana! Dizia o Rei.
- Jorge, o teu pai tem razão! Além disso eu conheço-o melhor do que ninguém e mentiroso é coisa que ele não é!
- Mas mãe, antes de eu me casar ainda quero fazer muitas coisas!
- Filho, pensa em nós, pensa no quanto nós estamos cansados!
- A tua mãe tem razão Jorge, tu já não és um bebezinho como eras à vinte e oito (28) anos atrás!
Jorge suspirou e exclamou sinceramente:
- Tudo bem, por mim pode ser, mas temos que alterar a data do baile, não pode ser para a semana? Tipo Segunda-feira dava-me muito jeito!
- Perfeito! Então estamos de acordo; Baile para a Segunda que vem!
- Por mim também está tudo perfeito querida! Exclamava o Rei.
- Ainda bem!
- Agora se não se importam eu vou lá fora apanhar um pouco de ar. Dizia Jorge já na porta.
- Ok filho. Exclamava a Rainha ao mesmo tempo que o Rei.
No jardim…
“Ai… Com certeza que não arranjamos uma noiva assim; num baile… Não percebo!... É a caça, são os meus pais, é a noiva... Pensava Jorge.
De repente Jorge reparou que uma linda rapariga que parecia ter mais ou menos 23 anos levava muitíssima roupa na mão e ia lavá-la ao poço ao pé do bosque. Jorge reparou que a pobre rapariga não aguentava com aquela roupa toda e então resolveu ir lá ajudá-la.
- Olá. Exclamou Jorge um pouco envergonhado.
- Olá! Respondeu a rapariga. – Precisas de alguma coisa?
- Bem… eu… eu… Eu vi-te com esse monte de roupa e pensei… bom, e pensei se tu não precisarias de ajuda…
- Ah, muito obrigada!
- Então, e… Posso saber o seu nome?
- Cláudia.
- Cláudia… Lindo nome!
- Obrigada, e qual é o seu?
- Jorge.
- O meu pai também se chamava Jorge!
- Ah… Os meus pêsames!
- Não faz mal, já vivo sozinha há muito tempo!
De repente Jorge observou melhor a roupa de Cláudia e viu que estava muito suja e toda rasgada!
- Então, e… O que estavas a fazer por aqui, se é que posso saber. Perguntou Cláudia.
- Eu estava no meu castelo, quero dizer, no jardim…
- Mas… mas… Então… Então és o Jorge; o príncipe?!
- Bem… sim.
- Oh meu Deus, peço imensa desculpa, eu não fazia a menor ideia!
- Por favor trate-me por “tu”. Dizia Jorge ao mesmo tempo que beijava a mão de Cláudia.
- Muito bem… Quero dizer… Está bem!
- Desculpe estar-me assim a meter na sua vida, mas posso só perguntar-lhe se gosta de viver sozinha?
- Se quiser também me pode tratar por "tu".
- Está bem!
- E… Sinceramente não, não gosto de viver sozinha! É que… faço o almoço sozinha, tomo o pequeno-almoço, almoço, lancho e janto sozinha… Sou muito solitária!...
- É que eu… Bem, eu estava a pensar que querias vir viver para o meu castelo…
- Oh, mas… a sério, eu iria dar muito trabalho, e além disso eu não quero atrapalhar ninguém!
- Mas não atrapalhas nada Cláudia!
- Não, mas a sério!... Eu não posso!
- Está bem, eu não insisto mais, mas… Olha, o meu pai e a minha mãe vão dar um baile na segunda-feira da próxima semana e… bem, e eu queria saber se gostarias de vir comigo…
- Oh, mas… Eu não tenho nenhum vestido e… bem, e este está todo rasgado!
- Isso resolve-se, a minha mãe não é muito alta nem muito gorda, os vestidos dela de certeza que te servem!
- Mas… Estás a ver?! Já estou a dar imenso trabalho!
- Repara numa coisa: eu é que me ofereci para te dar o vestido!
- Tens razão, e o baile é à noite?
- Sim, mas porquê? Há algum problema?
- Não! Está perfeito! Dizia Cláudia muito contente.
- Então…
- Então até Segunda à noite!
- Mas olha, eu depois envio-te o vestido!
- Está bem e obrigada, eu moro na Rua Mar Julian. Gritava Cláudia correndo para casa muito feliz!
No castelo…
Então é mesmo verdade que encontraste um par para o baile?! Perguntou a Rainha muito orgulhosa.
- Sim mãe, vou com uma rapariga linda! Ela disse que se chamava Cláudia, mas olha, ela não tem nenhum vestido e eu disse-lhe que tu lhe podias emprestar um.
- Mas é claro! É um prazer dar um vestido meu à; esperemos futura noiva do meu filho!
No dia do Baile…
- Filho… Perguntava a Rainha muito nervosa. – Tens a certeza que disseste bem o sítio, o dia e a hora deste baile?
- Claro mãe, mas tu não te queixes, pois tu também demoras IMENSO tempo para te arranjares; é a maquilhagem, é o vestido, é o penteado, é a malinha a condizer…
- Pois, tens razão filho, olha, eu cá vou um bocadinho “abanar o capacete”, ok?
– Está bem mãe, eu vou ficar aqui à espera da Cláudia.
- Está bem querido!
De repente, no cimo das escadas, Jorge viu a sua donzela: Cláudia. Ela estava deslumbrante! A Rainha reparou que o filho estava a olhar para aquela rapariga e então pensou que ela fosse a rapariga de quem o filho falava tanto, e tinha razão, a Rainha de tão admirada que ficou com a beleza da rapariga até teve que parar de dançar!
- Estás linda! Dizia Jorge.
- Obrigada! Fiz os possíveis e os impossíveis para assim o ficar!
- Dá-me a honra de dançar comigo?
- Claro!
Via-se à distância que o Jorge e a Cláudia estavam apaixonadíssimos um pelo outro. Eles dançaram durante três (3) horas seguidas até que Cláudia perguntou:
- É impressionante como só nos conhecemos há poucos dias e já estamos aqui… os dois!
- Pois é!...
- Deve ter sido o destino! Dizia Cláudia com um grande sorriso.
- Sabes… Dizia Jorge. – És a mulher mais bonita que eu alguma vez vi na vida!
- Muito obrigada! E tu és um homem mais simpático, bonito e querido que eu alguma vez vi e conheci em toda a minha vida!
- Eu… Bem, eu… Eu sei que nós só nos conhecemos há pouco tempo, mas… No primeiro momento que falei contigo vi logo que tu eras sincera… E… Assim que te vi… Bem… Eu… Eu assim que te vi apaixonei-me por ti, e… Bem… Eu queria saber o que é que tu sentias por mim…
Nesse preciso momento Cláudia beijou o Príncipe, e ela parecia ter muita certeza daquilo que estava a fazer!
- A mim aconteceu-me o mesmo que a ti!
As pessoas que lá estavam fizeram uma grande roda à volta dos “pombinhos” para os verem dançar.
“E assim todos viveram felizes para sempre: Francisco e Madalena estavam muito felizes com os seus Doze (12) netinhos, Jorge tornara-se Rei, e claro, Cláudia tornou-se Rainha. Mas coitadinhos dos veados e dos coelhos; como o Novo Rei ficara tão bom nas caçadas iam morrendo mais pobrezinhos!
Mas o que interessa é que ficaram “todos” muito contentes com a vida! Mas claro, de noite ninguém conseguia dormir, pois os 12 bebés estavam sempre a chorar (é normal!)”
1 Comments:
Muito bonito Mariana. Linda história, muito bem escrita.
Beijinhos...
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